terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Para todas as coisas: Dicionário (parte 1)

Semana passada foram publicados os novos números do Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF), apontando queda de 9% para 7%, de 2007 para 2009 em nosso país.

Como eu não tinha muita ideia do que é, afinal, analfabetismo (ou alfabetismo) funcional, fui atrás para entender melhor. Encontrei as definições no site do INAF, e achei bem interessante, pois são conceitos que muitas vezes escutamos em reportagens e/ou notícias, bem como falamos, sem entender direito o que querem dizer. O INAF classifica a população brasileira de acordo com suas habilidades em leitura/escrita (letramento) e matemática (numeramento). No site constam as classificações que seguem:

Analfabetos funcionais
Analfabetismo -
Corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços etc.).
Alfabetismo rudimentar - Corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica.

Alfabetizados funcionalmente
Alfabetismo básico -
As pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já lêem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, lêem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma seqüência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações.
Alfabetismo pleno - Classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar elementos usuais da sociedade letrada: lêem textos mais longos, relacionando suas partes, comparam e interpretam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada mapas e gráficos.

Além da queda já mencionada no início do post, o analfabetismo rudimentar vem apresentando queda, aumentando, portanto, o que o INAF chama de alfabetismo básico. O alfabetismo pleno não tem se alterado significativamente.

O que assusta um pouco é ver os dados em relação às diferentes escolaridades. No Ensino Superior, temos cerca de 1% de analfabetos funcionais (com analfabetismo rudimentar) e 31% de alfabetizados no nível básico. Se isto já é impressionante, ficamos tristes ao ver que ao finalizar as Séries Finais do Ensino Fundamental permanecem 10% de analfabetos absolutos e 44% de analfabetos rudimentares, em uma população de 15 a 64 anos.

A pergunta que fica (para mim, ao menos), é como modificar este cenário? Certamente não existem fórmulas mágicas para isso, fora as respostas clássicas de estímulo à leitura (que grande parte das escolas ainda não sabe como também), parece-me comum o estímulo e o hábito iniciarem em casa, com os pais. Mas como estimular a leitura em casa, quando grande parte dos pais também é analfabeta (ou quase)?

Perguntas que vão se acumulando sem muitas perspectivas de respostas… (suspiro)

Para todas as coisas: dicionário

Para que fiquem prontas: paciência

(Nando Reis, Diariamente)

Um comentário:

Gabriel Cunha disse...

Também uso direto o dicionário. Como professor de Ciências, fiz uso para falar sobre pensamento crítico. Aproveito prá te convidar a conhecer meu espaço, um abraço!

http://www.ciensinando.com.br/2010/02/pensamento-critico/