terça-feira, 19 de maio de 2009

Sobre este blog

A ideia para começar este blog surgiu da necessidade de escrever e pensar sobre as questões levantadas por meus alunos da UNEMAT e participantes do NECTAR, em conjunto com a urgente e demasiada ânsia de ter um espaço meu, para a divulgação, as discussões, os pensamentos (as elocubrações de uma mente desvairada) e os escritos produzidos a partir dos meus estudos no campo dos Estudos Culturais e dos Estudos em Educação em Ciências. Enfim, um lugarzinho que eu posso falar, pensar alto, poluir um pouco mais o mundo com informações, rsrsrs...
Entrem e fiquem a vontade!!!

sábado, 16 de maio de 2009

Falando de estrelas…

Nesta semana recebi um convite de meu colega Eduardo Bessa para participar da blogagem coletiva sobre “LUZ”, promovido pelo Scienceblogs Brasil, fiquei matutando alguns dias sobre o que falaria a respeito… As ideias não acontecem assim, tão naturalmente como parecem depois do texto pronto e acabado!

Entrei no meu blog, fui ler as postagens antigas, olhar uma ou outra coisa para ver se tinha algum lampejo mais interessante para traçar as maltratadas linhas!

Eis que me deparo com o post d e duas semanas atrás, em que fiz uma breve referência aos 15 anos sem Mário Quintana! Mas qual a relação entre o estimado autor gaúcho e a luz?

Naquele dia eu estava sem meus livros de poesias de Quintana, acabei sem colocar nada dele para “ilustrar” meu post. Pois bem, não é que Quintana eventualmente escrevia sobre ciência e objetos científicos e, dentre toda sua produção, um tema sempre se destacou para mim, como bióloga e alguém interessada nos assuntos que mostram o lado bonito da ciência (sim! Acredite! Existem explicações científicas liiiindas! Incluindo a que apresentarei a seguir!)

Sempre gostei de entender e estudar as constelações e explicações da Física e de diferentes culturas sobre a presença das estrelas e suas influências em nossas vidas… Muito chamou-me a atenção quando fiquei sabendo que olhar as estrelas é olhar para o passado!

Como assim? Ora! Aprendi, em determinado momento da vida (sinceramente não sei se foi na escola, ou lendo por aí), que aquilo que vemos no céu, a luz das estrelas, demora muitos milhares de anos para eagleend_hstchegar em nosso planeta! Quando lemos que uma determinada estrela, que compõe esta ou aquela constelação, está distante de nós por milhares de anos-luz (vamos falar, hipoteticamente, 20 mil anos-luz), isso quer dizer que, considerando a velocidade da luz no espaço, nós conseguimos enxergar a luminosidade dessa estrela 20 mil anos depois.

Ainda não ficou claro? Bom, vamos com calma. “Anos-luz” é uma medida espaço-temporal. Assim, se nosso objetivo é alcançar um objeto que se encontra a um ano-luz de distância, isto quer dizer que se “andarmos” na velocidade da luz, no vácuo (como no espaço, por exemplo), demoraremos um ano para chegar até este objeto (um planeta, uma estrela, um meteoro, etc.) Desse modo, a luz de uma estrela que está a 20 mil anos-luz da Terra demora 20 mil anos para chegar até nós, afinal, a “luz” anda na velocidade da luz, no vácuo (com o perdão do infame trocadilho!).

Voltando à ideia de olhar as estrelas é ver o passado, se a luminosidade desses pontos brilhantes demora tanto tempo para chegar na Terra, quer dizer que estamos, ao mirarmos o céu, observando algo que foi emitido (uma luz) há muitos milhares de anos atrás! Assim, os acontecimentos que são estudados na Astronomia são todos pretéritos, já ocorreram e, mais do que isso, cada estrela – ou nascimento, ou morte de estrelas, como vemos as vezes ser noticiado – são episódios de momentos diferentes, pois estão em distâncias distintas em relação ao nosso planeta! Não somente contemplamos o passado, mas passados diferentes! Não é interessante? O nosso tempo – o tal presente – ser vivenciado por nós com algo que já aconteceu em outro espaço e somente agora nos chegam notícias?

Também é pertinente pensar nessa questão da Astronomia ser uma ciência que estuda o passado, de alguns objetos, mas que dizem respeito de nossa vida atual!

E, com isso, retorno à motivação inicial deste post, relacionada ao estudo das estrelas e a presença (pretérita ou imediata) delas em nosso cotidiano: as poesias de Mário Quintana!

A primeira poesia eu recordei-me em função dessa questão do que é passado, e do objeto científico, sem, obviamente, desmerecer o trabalho dos pesquisadores, já vou logo avisando! Mas é uma provocação, sim, a esse trabalho por vezes muito técnico e sem a poesia necessária que torna a vida tão mais bonita (inclusive este poema é a epígrafe do meu primeiro capítulo da dissertação de mestrado!). A segunda poesia é epígrafe do dia-a-dia, da rotina mesmo, para lembrar que sempre tem algo a mais por aí…

As Três Marias

As únicas estrelas que eu conheço no ceú são as Três Marias. Três Marias é um apelido de família… O nome delas é outro, sabem como é a coisa: um desses nomes roubados a mitologias ultrapassadas, com que costumam exorcizar as estrelas. Uns nomes que já nascem póstumos…

Só o que eles sabem é enumerar, mapear, coisas assim – trabalho apenas dignos de robôs.

Olhem, Marias, acheguem-se, escutem: – Vocês foram catalogadas. Ouviram bem? Ca-ta-lo-ga-das! O consolo é o povo, que ainda diz ignorantemente: “Olha lá as Três Marias!”

(Mário Quintana, A vaca e o Hipogrifo, 1979, p.25)


Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis… ora!

Não é motivo para não querê-las…

Que triste os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas!

(Mário Quintana, Poesias, 1975, p.112)

P.S.1: Foto retirada de: http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap061022.html

P.S.2: Já não é mais dia 15/05/2009, aqui no Mato Grosso, quando eu terminei de escrever… O combinado era até dia 15, mas falando em distância e toda essa bagunça de tempo-espaço, anos-luz, presente e passado… Achei que não teria tanto problema! Em algum lugar do planeta ainda é dia 15 de maio e, quem sabe, ainda está até dia claro, assim, bem iluminado pela “nossa” estrela: o sol!

Update: somente depois de inserir o meu post, vi que tinha um post no Scienceblogs Brasil, n-Dimensional, sobre a luz das estrelas e a velocidade da luz no vácuo, leiam, obviamente está bem mais explicado do que o que eu fiz...

Abaixo, a propaganda da blogagem coletiva do Scienceblogs Brasil (estão bem legais as postagens por lá, bem diversificado e interessante! Mas sem as poesias do Mário Quintana)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Mário Quintana: poesia e encantamento…

Já se vão 15 anos sem o poeta que encanta a todos! Não é dia para ter festejos, mas recordações… Porto Alegre (e Brasil) não seria a mesma sem nosso estimado escritor que tornou a vida de todos mais leve, feliz, mas não sem crítica e um pensamento atento ao cotidiano… Poeta da rotina, dMario quintanaas experiências ordinárias, do que é comum, sem, no entanto, cair no usual. Quintana é um autor que continua a nos fazer pensar nessas pequenas coisas do dia-a-dia!

Ao iniciar um trabalho acadêmico eu comumente busco inspiração em Quintana, seja para minha dissertação de mestrado ou algum artigo para revistas e congressos. Ele faz parte do meu pensar, como professora e bióloga, como pesquisadora acadêmica, como pessoa!

Deixo, então, minha terna lembrança, a este querido poeta gaúcho, que tanto contribuiu (e contribui) com a cultura brasileira…

sábado, 2 de maio de 2009

Gripe Suína?

 

Alardes por todos os lados, pânico generalizado, dúvidas e mais dúvidas… Será mesmo uma (nova) pandemia? Quem é, afinal, essa tal de pandemia? Não será tudo isso mais uma grande sacada da indústria química? Oh! E agora! Quem vai nos responder???

porco transgênicoEu não, já aviso de antemão… Não pretendo responder absolutamente nada! Mesmo sem essa pretensão, fiz algumas visitas a blogs e jornais para me inteirar do tema. Primeiramente porque, como bióloga, mesmo que afastada de assuntos da ciência propriamente dita – atuando mais como professora e formadora de professores – sempre tem alguém na família ou grupo de amigos que vem com a famosa: “tu que és bióloga, me explica!”. Bem, fui atrás, então, de algo interessante sobre o tema.

Encontrei, obviamente, muitas coisas! Números contraditórios, posicionamentos exacerbadamente alarmistas, outros conservadores em demasia. E aí? O que fazemos? Corremos à próxima farmácia? Compramos máscaras? (Viajei de avião neste feriado, tinha gente de máscara nos aeroportos – não sei se pessoas provenientes de outros países, ou com medo, ou as duas coisas…). Nos trancamos em casa? Mais dúvidas. Por mim, deixa-se rolar, atento às notícias, dando descontos aos dois lados… Os números se apresentam ora muito otimistas, ora nos colocando na beira do precipício. Cautela com todas as tendências é interessante nestes momentos. Em breve, inclusive, devemos assistir a mais um filme de pandemias horrendas em algum cinema perto de nós, como na época do ebola (com os estadunidenses salvando o mundo, claro… O que seria de nós sem eles).

Bem, como disse, fiz esta pesquisa e resolvi reuni-las aqui, no caso de alguém que porventura leia este blog queira dar uma olhada. É bom esclarecer, antes de ir listando os links, que estes são alguns blogs que considero sérios e jornais que eu também penso serem do que eu julgo possíveis de serem lidos (dentro do meu entendimento de sério e possível de ser lido, claro… Entendam como quiserem… CRI-CRI-CRItico sempre, sou pé atrás, penso ser tudo razoavelmente sério, inclusive em relação à mim mesma). DIto isso, passemos ao que interessa.

No scienceblogs há uma série de posts sobre o tema, com variadas discussões. Em Brontossauros em meu jardim, Carlos Hotta fala um pouco sobre os números, depois os questiona, atualiza dados e discute um tanto sobre o que é pandemia. No blog Chapéu, Chicote e Carbono 14, escrito por Reinaldo Lopes, há uma produtiva discussão acerca da gripe suína e do modo de vida humano, falando, também, do livro Germes, armas e aço. Talvez o melhor debate que eu tenha lido em toda essa empreitada. Já Ecce Medicus, de Karl, vai falar dos planos de contenção da doença e da epidemia que nos assola (não a Gripe, mas o fenômeno gripe).

Além destes blogs, fui olhar nos jornais. Para ser bem honesta, olhei no jornal Folha de São Paulo (que gosto muito) e nas traduções que eles fazem (Le Monde; El País; Finantial Times). Também encontrei muita informação. Novamente, vale lembrar que devemos temperar tudo o que se lê. Da quantidade de casos notificados pela OMS, passando por uma discussão altruísta sobre compartilhamento de vacinas no mundo, pela falta de preparo sobre nossa incapacidade de passar por crises e pela falta de respostas às perguntas, chegando às questões de como o vírus apresenta alta difusão, mas baixa mortalidade, as notícias mostram-se diversas, com temas interessantes para aprendermos mais sobre do que se trata a tal suposta pandemia (embora pouco se explique quem mesmo é essa tal), ou somente para sabermos dos últimos números e países ‘atingidos’.

Informações a parte, como este, também, é um blog de educação, é fundamental marcar como estes episódios são de suma relevância para fugir do usual e trazer informações para a população em geral, através dos alunos da Educação Básica. Esse tema pode envolver planejamentos interdisciplinares, tratando de Geografia, História, Biologia, Química, dentre outros temas. Fugir do conteúdo? Ora! Não me parece fugir, quando é algo que faz parte de nossa vida. Sempre digo que nosso compromisso não é com o conteúdo (e sua quantidade), mas com o aprendizado dos estudantes. Não há algo melhor para isso, do que tratar de um tema altamente discutido na mídia, alardeado por todos os lados.

Apenas para citar um exemplo (não procurei muito por outros… Me deem um desconto, é feriadão!) a Revista Nova Escola incluiu em seu site um planejamento com o tema, vale a pena dar uma olhada!

Como disse, não pretendi responder nada (àqueles que perguntaram). Mas apresentar alguns textos e reportagens sobre o tema, que me pareceram pertinentes ao momento. Espero que agrade aos possíveis leitores. Ah! Sim! O simpático porquinho da foto acima não está gripado, claro! Ele é transgênico! Chama-se P33… Retirei do site da Ciência Hoje On Line… Mas isso é tema de outro post…